Em um cenário de negócios cada vez mais digital, a segurança cibernética tornou-se uma prioridade crítica para empresas envolvidas em fusões e aquisições (M&A).
Embora a Due Diligence tradicionalmente se concentre em aspectos jurídicos e financeiros, a crescente incidência de crimes cibernéticos e ataques a empresas em transações de M&A destaca a importância da Due Diligence em segurança cibernética.
Entretanto, antes de entender a integração com fusões e aquisições, é preciso compreender o funcionamento da Due Diligence.
O que é Due Diligence?
Due Diligence é um processo investigativo e analítico realizado para avaliar diversos aspectos de uma empresa, projeto ou ativo antes de realizar uma transação significativa, como uma fusão, aquisição, investimento ou financiamento.
O objetivo principal é fornecer uma compreensão completa dos riscos e oportunidades associados à transação, permitindo que as partes envolvidas tomem decisões informadas.
Quando voltada para a segurança cibernética, a Due Diligence tem como objetivo identificar vulnerabilidades, ameaças e riscos que possam ser transferidos para a empresa adquirente.
Esse processo não se limita apenas à análise técnica dos sistemas e dados da empresa-alvo, mas também avalia as políticas e a cultura de segurança cibernética da organização. As principais áreas de foco incluem:
- Procedimentos e Políticas: Avaliação das práticas de gerenciamento de riscos, planos de resposta a incidentes e políticas de segurança.
- Due Diligence Técnica: Inclui testes de penetração, avaliação de violações e revisão de código-fonte.
- Cultura de Segurança: Análise da conscientização e do comportamento em torno da segurança cibernética dentro da organização.
Papel na Segurança Cibernética Durante M&A
Integrar a avaliação de segurança cibernética no início do processo de M&A pode impactar significativamente as negociações e reduzir os riscos imprevistos.
Estudos mostram que uma porcentagem significativa de executivos e tomadores de decisão começa a avaliar a segurança cibernética já na fase de estratégia inicial.
Essa abordagem proativa ajuda a identificar e mitigar riscos que poderiam comprometer a transação ou a segurança da empresa adquirente após a conclusão do acordo.
A realização de Due Diligence em segurança cibernética pode revelar fraquezas que, se não abordadas, podem resultar em prejuízos financeiros e danos à reputação.
Por exemplo, a violação de dados no banco de dados da Starwood, que ocorreu antes da aquisição pela Marriott, levou a uma série de consequências negativas para a Marriott, incluindo multas e processos judiciais.
Benefícios da Due Diligence em Segurança Cibernética
Para Compradores:
- Mitigação de Riscos: Identificar ameaças e vulnerabilidades permite aos compradores evitar surpresas desagradáveis e ajustar o preço de compra conforme necessário. Isso é crucial para proteger contra danos financeiros e reputacionais que podem advir de incidentes de segurança não descobertos.
- Tomada de Decisão Informada: Com uma avaliação técnica completa, os compradores podem entender melhor a resiliência cibernética da empresa-alvo e ajustar suas estratégias de integração e planos de mitigação de riscos.
- Conformidade Regulatória: Verificar se a empresa-alvo está em conformidade com as leis e regulamentações de segurança cibernética ajuda a evitar problemas legais futuros e a proteger o investimento.
Para Vendedores:
- Valorização da Empresa: Mostrar práticas robustas de segurança cibernética pode aumentar a avaliação da empresa e atrair compradores interessados em um investimento de menor risco.
- Facilitação da Transição: Uma abordagem proativa na segurança cibernética pode minimizar as reduções de preço durante as negociações e facilitar uma integração mais suave com o comprador.
- Reputação Positiva: Garantir que não existam problemas de segurança não revelados ajuda a manter uma reputação positiva e construir confiança com potenciais compradores.
Existem riscos associados a Due Diligence?
Na verdade, os principais riscos são gerados pela falta de Due Diligence em segurança cibernética, incluindo:
Responsabilidades e Multas: Violações de dados não reveladas podem levar a ações legais e multas, como exemplificado pelo caso Marriott. A responsabilidade por incidentes ocorridos antes da aquisição pode recair sobre a empresa compradora.
Interrupções Operacionais: Ataques cibernéticos durante o processo de M&A podem resultar em interrupções nos negócios e perdas financeiras. Ataques de ransomware, por exemplo, podem paralisar operações e exigir pagamentos substanciais para a recuperação.
Aumento da Superfície de Ataque: O processo de integração pode criar novas vulnerabilidades e expor a empresa a riscos adicionais, especialmente se sistemas legados ou menos seguros forem utilizados temporariamente.
Como Realizar Due Diligence Técnica
Uma Due Diligence técnica abrangente inclui:
Avaliação de Violação: Identificar indicadores de comprometimento ou incidentes de segurança em andamento através da análise de logs, tráfego de rede e alertas de segurança.
Mapeamento e Descoberta de Superfície de Ataque: Identificar todos os pontos de entrada potenciais para ataques cibernéticos, desde sistemas de nuvem até TI paralela.
Teste de Intrusão/Pentest: Simular ataques cibernéticos para descobrir vulnerabilidades nos sistemas da empresa-alvo e avaliar a eficácia das medidas de segurança existentes.
Revisão de Código-Fonte: Analisar o código-fonte para descobrir vulnerabilidades e backdoors que possam ser explorados por atacantes.
A Due Diligence em segurança cibernética é uma componente essencial em fusões e aquisições modernas. Integrar uma avaliação detalhada de segurança cibernética desde o início do processo de M&A pode ajudar a identificar e mitigar riscos, proteger investimentos e assegurar uma transição suave.
Neste artigo você pode conferir a importância do pentest para a Due Diligence voltada para fusão e aquisição M&A de empresas.
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