Você não precisa corrigir todas as vulnerabilidades
Quando uma empresa recebe um relatório com dezenas ou centenas de vulnerabilidades, a primeira reação é querer corrigir tudo, o mais rápido possível.
Entretanto, essa não é a melhor estratégia.
Corrigir todas as vulnerabilidades encontradas pode resultar em desperdício de tempo e dinheiro, e até gerar mais riscos de segurança.
A verdadeira estratégia é saber priorizar as vulnerabilidades e saber o que precisa ser corrigido e o que pode esperar.
Como as vulnerabilidades são classificadas?
As vulnerabilidades normalmente são divididas em cinco categorias:
- Críticas
- Altas
- Médias
- Baixas
- Informativas
Elas representam o grau de ameaça que a falha representa.
Além disso, a classificação de vulnerabilidades também utiliza padrões como CVSS (Common Vulnerability Scoring System), que determina pontos para as falhas, conforme fatores como facilidade de exploração, impacto e vetor de ataque.
Mas é importante não confiar apenas nessa pontuação, pois alguns fatores podem ser deixados de lado.
Por exemplo: uma vulnerabilidade com CVSS 9.8 pode estar em um servidor isolado, sem acesso externo, enquanto outra com CVSS 5.6 pode afetar um sistema crítico com integrações sensíveis.
Percebe a diferença?
Isso significa que, ao classificar e priorizar as vulnerabilidades, é necessário considerar todo o contexto do ambiente.
Por que corrigir tudo é ineficiente e perigoso
Quando você tenta corrigir tudo, algumas consequências irão aparecer:
- Você gasta muito com recursos (tempo, dinheiro, produtividade da equipe)
- Realizar atualizações de forma apressada pode causar instabilidade na operação
- Você perde o foco das vulnerabilidades realmente graves, deixando o ativo exposto por mais tempo e abrindo espaço para ataques de maior impacto
Para a gestão de vulnerabilidades, o conceito de Risk-Based Vulnerability Management é interessante, uma vez que leva em consideração todo o contexto do negócio e da vulnerabilidade para a priorização.
Fatores para priorizar vulnerabilidade
A pontuação do CVSS é relevante, porém não deve ser o único fator considerado na classificação de vulnerabilidades.
Você deve analisar também:
- Impacto no negócio: são mais graves as vulnerabilidades que afetam ativos que lidam com dados sensíveis ou operações críticas.
- Facilidade de exploração: as chances da ameaça ser atacada são maiores caso exista exploit público ou se há automação do ataque.
- Exposição externa: as vulnerabilidades expostas na internet ou em redes de parceiros também representam maior risco.
- Valor dos ativos envolvidos: avalie qual o tamanho do prejuízo que essa falha pode gerar. Quanto maior o prejuízo, mais grave a vulnerabilidade.
Ferramentas como o EPSS (Exploit Prediction Scoring System) permitem uma abordagem mais eficiente.
Boas práticas para priorização de vulnerabilidades
Para priorizar suas vulnerabilidades da melhor forma, algumas práticas são recomendadas.
- Reúna tudo que foi encontrado em um só lugar, promovendo uma visão unificada para o time
- Adote modelos que analisam riscos baseado em contexto, combinando a criticidade técnica com o valor do ativo afetado
- Alinhe a estratégia de segurança e os objetivos do negócio
- Utilize ferramentas de Inteligência de Ameaças
Lembre-se: a mitigação deve ser direcionada para o que realmente importa.
FAQ: Perguntas Frequentes sobre Priorização de Vulnerabilidade
- É seguro deixar vulnerabilidades sem correção?
Não há problema em não corrigir determinadas vulnerabilidades, desde que elas sejam de baixo impacto ou baixa probabilidade de exploração.
- Como convencer a diretoria de que nem tudo precisa ser corrigido?
Você pode mostrar o impacto financeiro e operacional de erros na priorização de vulnerabilidades.
- Vale a pena corrigir falhas com CVSS alto, mas sem impacto real?
Depende.
O CVSS é uma métrica genérica. Uma falha com CVSS 9.0 pode não ter nenhuma relevância se estiver em um ambiente isolado, sem dados sensíveis e sem acesso externo.
Sempre analise o contexto.
- O que fazer com vulnerabilidades repetitivas ou reincidentes?
Elas são sinal de que há um problema maior.
Ao invés de corrigi-las pontualmente, pense em ações de root cause.
- A automação pode ajudar na priorização?
Pode, sim.
Ferramentas com machine learning e análise de comportamento ajudam a filtrar o que realmente importa.
Mas é fundamental que a decisão final passe pela avaliação de um ser humano.
Dessa forma, percebemos que corrigir tudo não é uma estratégia eficiente.
É fundamental priorizar as vulnerabilidades com inteligência e foco no contexto.
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