A Inteligência Artificial vai substituir os Pentesters?

A Inteligência Artificial vai substituir os Pentesters?

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A Inteligência Artificial (IA) está transformando muitos fluxos de trabalho na segurança cibernética: da triagem de alertas até a automação de testes de superfície. Isso gerou uma pergunta legítima: a IA vai substituir os pentesters humanos?

Neste artigo analisamos onde a IA ajuda e onde ela falha, qual é seu papel na segurança e como equipes e fornecedores podem combinar tecnologia e experiência humana para entregar melhores pentests.

Quais são as limitações da IA em um Pentest?

Em um primeiro momento, a IA parece ser a solução para todos os problemas, mas não é bem assim que as coisas funcionam.

A Inteligência Artificial, na verdade, apresenta diversas limitações no contexto da segurança. Abaixo, você conhecerá alguns deles.

1. Conhecimento limitado, desatualizado e enviesado

As Inteligências Artificiais retiram seu “conhecimento” de uma base de dados. Essa base corre o risco de ter uma quantidade de informações limitada, desatualizada ou, até mesmo, enviesada.

Essa limitação faz com que a IA, por vezes, não consiga identificar vulnerabilidades ou vetores de ataque recentemente descobertos — diferentemente dos testers, cujo conhecimento pode ser atualizado a qualquer momento, conforme novas descobertas surgem.

Isso nos leva também à segunda limitação: a falta de confiabilidade.

2. Falta de confiabilidade

A defasagem no conhecimento é uma das razões pela qual a IA não é totalmente confiável. Mas, além dela, há um outro ponto importante: ela, às vezes, inventa coisas.

É possível que você já tenha perguntado algo para o Chat GPT e ele respondeu algo completamente fora do assunto. Então, é disso que estamos falando, as famosas “alucinações” da IA.

Todos esses fatores tornam-na pouco confiável, exigindo monitoria e revisão constante dos resultados fornecidos.

3. Risco de comprometimento de dados

Por fim, o comprometimento de dados confidenciais e/ou sensíveis também é uma preocupação constante quando lidamos com os modelos de Inteligência Artificial.

Isso porque, mesmo com políticas de segurança, as ferramentas não conseguem garantir a proteção das informações.

O próprio CEO da OpenAi, Sam Altman, já alertou que não é possível garantir 100% de segurança, justamente porque os dados inseridos podem ser usados para treinar e aprimorar o próprio modelo (e outros produtos).

Logo, o uso de IA pode ocasionar riscos severos para os clientes.

Por que os Pentesters ainda são insubstituíveis?

A inteligência humana ainda vai mais longe do que qualquer IA quando o assunto são testes de segurança, como:

  • Personalização e inovação, criando soluções que ainda não existem, trazendo novas recomendações e insights originais;
  • Interação constante com o cliente, reconhecendo nuances e detalhes que contribuem com a qualidade do teste;
  • Conhecimento sempre atualizado, tanto a partir de fontes externas quanto com base em pesquisas próprias;
  • Colaboração com outros profissionais, enriquecendo os resultados;
  • Possibilidade de usar diferentes metodologias, frameworks e ferramentas para a prática.

A IA como ferramenta para o Pentest

Isso não significa, porém, que a IA não seja útil para os testers, muito pelo contrário: até mesmo os invasores já usam essa tecnologia para elevar o nível dos seus ataques.

Elas podem agregar muito valor à sua prática profissional como uma ferramenta.

Ela pode ajudar com:

  • Automatização de tarefas repetitivas
  • Análise de grande quantidade de dados
  • Apoio na etapa de reconhecimento
  • Contribuição para a escrita de relatórios
  • Aprimorar estratégias de ataque
  • Entre outras.

A Inteligência Artificial deve ser vista como uma ferramenta de colaboração, uma aliada do tester, jamais como única responsável pelos resultados do projeto.

Isso, porém, reforça a importância de esses profissionais se adaptarem a essa nova realidade, e desenvolverem habilidades para conviverem com a IA, como engenharia de prompts e validação de resultados.

Não, a IA não vai substituir os Pentesters

Até mesmo sistemas extremamente avançados ainda precisam de bons prompts (enviados por um humano) e da supervisão de um profissional. Sem isso, as IAs costumam ter dificuldade para compreender detalhes, se adaptar a situações inesperadas e entregar o resultado esperado.

Então, para responder à pergunta que nomeia este artigo: não, a Inteligência Artificial não vai substituir os Pentesters (pelo menos não em um futuro próximo).

A inteligência humana dos tester possui características que nenhuma máquina consegue reproduzir, como a criatividade e visão estratégica.

Inclusive, é importante ressaltar: testes realizados somente com IA, sem etapas manuais, não podem ser chamados de Pentest. São apenas scans automatizados, vendidos com outro nome. Você pode saber mais sobre isso aqui.

Portanto, lembre-se: o fator humano é essencial na segurança cibernética por um motivo. Sempre exija testers reais nos seus testes.

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[H2] FAQ: Perguntas frequentes sobre IA e Pentest

01. A IA vai substituir os pentesters?

A IA não vai substituir totalmente os pentesters. Ela automatiza tarefas repetitivas e otimiza algumas atividades, mas não substitui o raciocínio, criatividade e a avaliação dos testers. O futuro é híbrido!

02. Qual a importância de ter testers humanos no teste?

Testers humanos entendem contexto de negócio, lógica de aplicação, fluxos atípicos e as sutilezas que scripts não capturam (ex.: abusos de lógica, bypasses de autorização, engenharia social sofisticada).

Além disso, humanos documentam PoCs com raciocínio, priorizam com visão de risco e adaptam técnicas em tempo real.

03. Como a IA pode ajudar em um pentest?

A IA pode acelerar algumas etapas, como a de reconhecimento, além de automatizar tarefas repetitivas, melhorar relatórios, analisar grandes quantidades de dados, aprimorar estratégias de ataques, etc.

04. A IA aumenta o risco de falsos positivos/negativos nos testes?

Sim. Modelos automatizados podem gerar ruído (falsos positivos) ou perder vetores complexos (falsos negativos) sem contexto humano. Por isso, é crítico combinar resultados de IA com revisão manual: usar IA para triagem e humanos para validação e exploração.

05. Quais habilidades um pentester precisa desenvolver com o avanço da IA?

Além das competências técnicas tradicionais (exploração, scripting, redes, cloud), pentesters precisam: interpretar outputs de modelos, construir e ajustar prompts/queries, entender pipelines de CI/CD, e traduzir achados em métricas de risco.

Habilidades de comunicação, especialmente entre diferentes times, ganham ainda mais importância.

06. Como validar resultados gerados por IA em um pentest?

Exija PoCs reproduzíveis, logs e evidências. A IA pode sugerir um vetor; a validação deve acompanhar: reprodução manual do exploit, confirmação de impacto em ambiente controlado, e documentação clara do método.

Além disso, metadata sobre o modelo (versão, fonte de dados) ajuda a contextualizar confiabilidade.

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Foto de Júlia Valim

Júlia Valim

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