Teste de Phishing: Técnicas, Métricas e Boas Práticas

Teste de Phishing: Técnicas, Métricas e Boas Práticas

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O Phishing, e outras técnicas de Engenharia Social, continua sendo uma das principais portas de entrada para incidentes que resultam em vazamento de dados, fraude financeira e comprometimento de credenciais.

As empresas investem em ferramentas e controles, mas o fator humano tem uma alta taxa de falha. Por isso, exige abordagens proativas.

O Teste de Phishing (ou simulação de Phishing) é uma das formas mais eficazes de medir a maturidade humana e operacional. Ele revela comportamentos, expõe lacunas em processos e gera dados acionáveis para reduzir risco.

Neste artigo, você irá entender o que é engenharia social, como funciona um Teste de Phishing e como planejar, executar e medir campanhas de forma responsável e orientada a resultados.

O que é Engenharia Social?

Engenharia social é um conjunto de técnicas que explora fatores humanos, como confiança, curiosidade e medo, para induzir alguém a tomar uma ação comprometedora (clicar em um link malicioso, fornecer credenciais confidenciais, transferir dinheiro, entre outras).

Ao contrário de ataques puramente técnicos, a engenharia social explora contexto, relacionamento e narrativa. Por isso, defesa não é somente tecnológica: ela envolve processo, cultura e design de interação.

Técnicas de Engenharia Social

A engenharia social reúne um conjunto de métodos que exploram vieses cognitivos e contextos sociais para induzir ações inseguras.

Ao invés de realizar ataques técnicos diretos, esses métodos se aproveitam de confiança, urgência, curiosidade ou autoridade, manifestando-se como e-mails, chamadas de voz, mensagens instantâneas ou interações presenciais.

Conhecer as técnicas é essencial para projetar testes realistas e contramedidas efetivas.

  • Pretexting: criar uma narrativa plausível (ex.: falso fornecedor) para obter informações.
  • Phishing: mensagens fraudulentas por e-mail, SMS (smishing), ou aplicativos de mensagens.
  • Spear Phishing: ataque direcionado com informações personalizadas sobre a vítima.
  • Whaling: spear Phishing focado em executivos/senior staff.
  • Vishing: ataque por voz (telefonema) usando engenharia social.
  • Baiting: oferecer um “isca” (documento, pendrive) para induzir ação.

Tipos de Phishing

Teste de Phishing: o que é?

Um Teste de Phishing é uma simulação autorizada de um ataque de engenharia social, com o objetivo de avaliar o comportamento dos usuários, a eficácia de controles (MFA, filtros, DLP), os procedimentos de reporte e a prontidão operacional do time de segurança.

Um teste bem executado envolve escopo claro, regras de engajamento (RoE), autorização e reteste.

Como funciona uma campanha de Phishing?

Um teste de phishing simula, em ambiente controlado, as etapas que um agente malicioso seguiria para comprometer usuários ou credenciais.

Etapas do Teste de Phishing

  • Planejamento e autorização

Etapa de definição dos objetivos (ex.: medir taxa de clique, treino anti-Phishing, testar cadeia de aprovação financeira).

Além disso, é feita a aprovação executiva e legal, a definição de RoE, e a identificação de alvos excluídos (HR, segurança, etc.).

  • Reconhecimento e segmentação

É feita a coleta de dados públicos e internos relevantes para criar cenários plausíveis (perfil de funções, processos, etc.).

Também é realizada a segmentação por grupos, como financeiro, RH, TI, etc.

  • Design da campanha

Etapa de escolha dos vetores (e-mail, SMS, mensagens internas, etc.) e construção das mensagens/simulações.

Também é decidido se incluirá página de captura controlada (landing page de teste) e se haverá coleta de métricas (cliques, envios, reportes, etc.).

  • Execução

Finalmente, é feito o envio da campanha dentro da janela aprovada, além do monitoramento em tempo real para evitar impactos não intencionais.

  • Triagem e resposta

Depois, é executado o registro e análise de cliques, envios e reports.

Quando aplicável, também já se iniciam treinamentos curtos.

  • Análise e relatório

Depois, vamos para a consolidação de métricas, análise por segmento, identificação de padrões de comportamento e gaps de processo.

Também são enviadas recomendações práticas (treinamentos, ajustes de filtragem, políticas, etc.) e roadmap para reteste.

  • Reteste e validação

Aplicação de novos testes para validar eficácia das correções e medir evolução.

Exemplos de cenários

Os cenários ilustram variações táticas que mudam conforme o time, o objetivo e a criticidade do alvo. A escolha de cenários realistas exige uma compreensão dos processos internos, canais de comunicação e vetores mais plausíveis no dia a dia da organização.

  • Falso pedido de pagamento para financeiro: testa controles de verificação e segregaçãode funções.
  • Atualização urgente de senha via portal interno: avalia consciência sobre credenciais e mecanismos de reporte.
  • Convite para reunião com cliente remoto (com anexo “agenda”): mede comportamento de colaboradores externos.
  • SMS com link curto sobre entrega: avalia exposição a smishing para times com muita mobilidade.

Quem deve fazer uma campanha de Phishing? Quando?

Os Testes de Phishing devem ser executados por organizações que querem medir e reduzir o risco associado ao fator humano, podendo ser desde startups até grandes corporações, ou times que lidam com dados sensíveis (financeiro, RH, atendimento, suporte).

O ideal é os Testes de Phishing sejam feitos após onboarding massivo, antes de grandes mudanças, após treinamentos de conscientização e como parte de um programa contínuo de segurança (semestral, trimestral, ou conforme a frequência estipulada pelo programa).

Como é definido o escopo do teste?

A definição do escopo do Teste de Phishing considera:

  • Quais são os ativos envolvidos (e-mail corporativo, sistemas de pagamento)
  • Quem são os alvos (cargo, tipos de permissão, etc.)
  • Vetores permitidos (como e-mail e SMS)]
  • Objetivos de negócio (reduzir click rate, melhorar reporte, etc.)
  • Restrições legais e regulatórias.

Um escopo claro evita riscos operacionais e define expectativas.

Quais métricas analisar?

As métricas devem ser orientadas a ações e a melhorias contínuas. Alguns exemplos são:

  • Taxa de clique (CTR): percentagem de destinatários que clicaram no link de teste.
  • Taxa de envio de credenciais: percentagem que submeteu credenciais.
  • Taxa de reporte: percentagem que reportou a mensagem ao canal correto.
  • Tempo médio para reporte: rapidez com que usuários sinalizam mensagens suspeitas.
  • Taxa de conversão por segmento: comparar times (financeiro vs engenharia).

 

 

O Teste de Phishing é uma ferramenta poderosa para reduzir risco humano quando bem projetado, autorizado e acompanhado de ações concretas.

Mais importante do que “flagrar” quem errou, é transformar a campanha em aprendizado mensurável: reduzir cliques, aumentar reportes e encurtar o tempo de resposta.

Um programa sustentável deve combinar campanhas periódicas, métricas relevantes e integração com detecção e resposta a incidentes.

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FAQ: Perguntas frequentes sobre Teste de Phishing

  1. O que é um Teste de Phishing?

É uma simulação autorizada de um ataque de engenharia social para medir o comportamento de usuários e eficiência dos controles de segurança.

  1. Como justificar um Teste de Phishing para o board?

Mostre valor com métricas (redução de cliques, aumento de reports, MTTR menor) e ligação direta ao risco (ex.: prevenção de fraude financeira). Execute um piloto e entregue resultado executivo.

  1. Os funcionários devem estar cientes do teste?

A diretoria deve ser comunicada. Entretanto, os funcionários normalmente não são, para o resultado ser mais eficiente. Somente após o teste é que os resultados são compartilhados.

  1. Com que frequência devo rodar campanhas?

Depende de alguns fatores. Programas maduros costumam fazer testes trimestrais ou semestrais. O importante é que sejam executados com frequência.

  1. Devo punir quem clicou?

Não! Tenha uma abordagem educativa: treinar e orientar. Uma repreensão pública reduz a confiança do funcionário ou time e prejudica a cultura de reporte.

  1. Como medir evolução?

Compare as métricas iniciais com os resultados pós-campanha, acompanhando, principalmente, a redução de click rate e o aumento de reporte.

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Foto de Júlia Valim

Júlia Valim

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